[Mochilando] Salkantay Trek - Dia 4: Adrenalina


Depois do alívio de ter completado bem o terceiro dia, com banho quente e tudo o mais, acordamos para o quarto dia com um pouco mais de excitação. Nesse dia, o planejado era andar umas duas horas de manhã, almoçar,  pegar toda a bagagem (que agora teríamos que carregar sozinhos) e andar mais quatro horas até Águas Calientes, leia-se civilização.

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O quarto dia contempla o trecho entre Santa Teresa (onde foi o nosso terceiro e último acampamento) e Águas Calientes (hosteeeelll, camaaa, chuveiro!)
Mas é aí que eles fazem uma proposta indecente: você pode pagar mais U$ 50 e em vez de fazer a caminhada da manhã faz um passeio de tirolesa. Em um primeiro momento pensei, "nananinanão, não vou arregar, caminharei até o fim!", mas aí o cara mostra o vídeo da tirolesa mais doida que você já viu na vida. Aí, meu amigos, é questão de honra ir. E eu fui!

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Cara de quem não vai arregar jamais ou cara de sono, sei lá! Hahaha
São cinco percursos. O primeiro para aprender como segurar e como frear (quase infartei achando que daria de cara com o muro por causa da velocidade, mas deu tudo certo). O segundo de quase um quilômetro é livre. Aí você solta a mão, fica mais confiante. E grava um vídeo ridículo:


No terceiro trecho, você pode deitar de barriga para cima e ir no estilo helicóptero (eles enrolam a cordinha, depois que eles te soltam ela vai desenrolando e você vai girando, girando, girando). Depois vem uma ponte do Rio que Cai (quem não lembra do Faustão) beeeemmm longa.

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Beeeemmmm longa mesmo, mas super segura!
E por fim o último percurso que você pode ir na posição do Condor, de barriga para baixo e com os braços abertos como um pássaro. Tipo assim:

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Que nem esse cara aí, depois que solta a gente pode abrir os braços e se sentir voando. Melhor que no Titanic, meus caros!
Pausa aqui para esse vídeo onde eu grito ridiculamente exatamente nesse momento:


Eu quase me borrei em alguns momentos, mas foi uma das coisas mais doidas e legais que já fiz. Mas errei feio com as glicemias. A ansiedade era tanta que esqueci de medir antes e não corrigi o que quer que eu tivesse para corrigir. Quando acordei estava 150, tomei café e tinha deixado para corrigir antes da tirolesa. Ou seja, não corrigi o café. Juntou isso mais a adrenalina (que é hormônio e mexe com as glicemias também) e cheguei a 420. Sim, 420!! Fiquei tão pasma quanto vocês. Tomei um baita susto quando medi, mas nessas horas o importante é agradecer por ainda estar de pé, se acalmar, corrigir correndo e tomar bastante água.

Do local da tirolesa fomos de carro até o ponto de encontro do almoço na Hidroelétrica. Nós e as super malas que já estavam com a tranqueirada toda (não sei se vocês lembram, mas nos três primeiros dias um carro leva cinco quilos das nossas coisas de um acampamento para o outro, depois é por nossa conta em risco).

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Quase lá!!!
Almoçamos lindamente, a glicemia já tinha dado uma melhorada e estava 190. Corrigi ela e a comida. Colocamos a mala nas costas e partimos para as quatro horas de caminhada.

Não foi o trecho mais difícil (o primeiro dia ficará para sempre marcado na minha história), mas foi um dos mais duros. Além das mochilas bem pesadas, ainda tinha o desgaste de tudo que já havíamos andado, a caminhada sem fim, o calor de mil graus (brincadeira, mas estava bem quente), os mosquitos carnívoros que comem por cima da roupa e o ritmo. O guia ao contrário da gente parecia que estava começando a andar naquele dia! Rs

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Só mais alguns quilômetros: galera reunida no início da caminhada.
Miguel, nosso guia, queria que em vez de quatro horas fizéssemos em três, mas os nossos corpinhos pediam para fazermos em cinco. Mas fomos todos guerreiro, aceleramos o passo, forçamos ao máximo, apreciamos a vista e a passagem dos trens e continuamos sempre em frente.

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Um do grupo ali na frente e o trem que a todo momento passava por nós. Lindíssimo!
Três horas e um pouquinho, muito suor, pontadas fortes no joelho e toda a água depois chegamos a Águas Calientes:

Mais do que ser a civilização depois de tantos dias, foi a beleza de uma cidadezinha charmosa como Águas Calientes. Bem iluminada, totalmente voltada para atender os turistas sejam eles andarilhos ou não. Um lugar cativante!
Daí para frente não tem mais foto... Hahahahahaha Minha vida foi deitar numa caminha fofinha, tomar banho e coçar as minhas picadas (sim, os mosquitos da estrada são carnívoros e comem as pernas da gente mesmo usando duas calças, meias e botas, não me perguntem como - falo mais sobre eles no próximo post).

A glicemia chegou decente, 167. O que me animou e muito para o nosso jantar em um... RESTAURANTE!!! Bife, cerveja, sucesso! Foi nesse momento, com todos reunidos, que juntos decidimos que todos subiríamos juntos para Machu Pichu pela escadaria e não de microônibus. Na hora, pensei: "se vim até aqui na camelagem, irei na camelagem até o fim". Mas mal sabia eu o que me aguardava!

Até o próximo post!

Leia os outros posts da série:
Preparação
Dia 1: Superação
Dia 2: Respeito aos limites
Dia 3: Recompensa

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Luana Alves

Tenho mania de escrever e de ver sempre o lado bom das coisas. Com diabetes desde 2010, acredito que uma vida controlada e divertida é possível sim. Jornalista, creio que posso ajudar os outros a acreditar também. Que saber mais sobre mim? Clica aqui!

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