Você se sente limitado pela diabetes? Eu não!


Na última segunda me peguei lendo uma reportagem sobre um livro lançado esse mês que diz mostrar o lado B da diabetes. Não, eu ainda não li o livro. Também não, não conheço muito bem a blogueira. Para não dizer que não conheço nada. Mas a cultura do 'sou limitado, tadinho de mim' para mim é da pessoa e não da doença.

Seu eu tivesse sido diagnosticada essa semana e lesse "existem dois tipos de diabetes, mas no fim são todos do tipo ruim", não sei como me sentiria. Melhor, sei sim. Me sentiria como na primeira semana em que fui diagnosticada, quando abri o Google e vi pessoas sem pernas, cegas e mortas. Me sentiria no fim da vida, sem esperanças e consequentemente sem vontade de lutar.

Quem lê o que eu escrevo aqui sabe que nunca douro a pílula. Ter diabetes não é um mar de rosas, mas não é uma limitação. É preciso ter paciência sim, disciplina sim e é claro bom gerenciamento do dia a dia. Mas isso, gente, até mãe de recém-nascido tem que fazer e não dizem que a maternidade é o melhor momento da vida de uma mulher?
É preciso ter paciência sim, disciplina sim e é claro bom gerenciamento do dia a dia.
Quem me conhece sabe o quanto não me deixo limitar. Quem me conhece lembra a trip que eu fiz no ano passado que teve trilha de cinco dias nas montanhas peruanas, travessia de carro de três dias pelo desert boliviano, tirolesa de cinco cabos, subida a pé da escadaria de Machu Pichu... Tudo isso sem bomba! Sem sensor! Na NPH, com a caneta e as tirinhas a tiracolo. Porque nada pode e nem vai limitar meus sonhos!

Diabetes atrapalha no trabalho? Que tal uma campanha de conscientização na sua empresa. Pega o Dia Mundial da Diabetes, leva um médico para falar sobre a doença, sobre hiper e hipo. Sabe que tem que perder um dia no trabalho uma vez por mês, faz hora extra nos outros dias e cobre. Meia horinha por dia em duas semanas cobrem e ainda sobra. Não quer ser tratado como coitadinho, não aja como um!

Eu estou na mesma empresa há nove anos, seis deles com diabetes. E foram pouquíssimas às vezes que faltei por causa da diabetes (já faltei mais por enxaqueca, gripe e gastrite, acreditem!). E tem gente lá que já faltou mais do que isso por problemas na coluna (o que aliás eu acho bem mais limitante) ou ainda porque o filho estava doente.
Não, não é um mar de rosas. A melodia não é doce. Às vezes a gente sofre um pouco sim. Mas eu decidi mais rir do que chorar!
Como disse a Nicole, uma amiga minha, a única coisa que te limita mesmo é o estado vegetativo, o coma. O resto depende de você decidir gerenciar e viver ou simplesmente despejar o discurso da sofrência.

Continuo e continuarei com o discurso que dá pra ter uma vida "normal" sim! Que dá pra fazer o que quiser, sim! Porque estou aqui para ajudar e não para atrapalhar. Estou aqui para apoiar e não para disseminar negativismo.

Não, não é um mar de rosas. A melodia não é doce. Às vezes a gente sofre um pouco sim. Mas eu decidi mais rir do que chorar e vi que realmente dependia só de mim. E que venham mais trips, mais loucuras, mais vida, mais força, mais foco e mais fé (é clichê, eu sei), mas é a verdade!

Luana Alves

Tenho mania de escrever e de ver sempre o lado bom das coisas. Com diabetes desde 2010, acredito que uma vida controlada e divertida é possível sim. Jornalista, creio que posso ajudar os outros a acreditar também. Que saber mais sobre mim? Clica aqui!

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