Quando estive na fábrica de insulina da Novo Nordisk, em Minas Gerais, uma das primeiras informações que me chamou muito a atenção foi a existência dos tais cristais de insulina. Sim, após a definição do DNA necessário para reproduzir a insulina humana (ou seja, a mais parecida com a produzida pelo pâncreas humano) definiu-se que seria preciso uma base que poderia ser animal, que combinada com outros elementos químicos produziria a substância que substituiria a insulina que o corpo de um diabético tipo 1, por exemplo, não produz.

Visão microscópica de um cristal de insulina

O que???

Sim, parece difícil. E realmente é! Primeiro são necessários quilos e mais quilos de pâncreas bovinos e suínos para a partir dele se fazer a extração dos cristais.

“A produção biossintética de insulina humana é feita com células de bactérias ou leveduras. Após a fermentação, ou a conversão de matéria-prima química por micro-organismos, a biomassa é extraída usando uma centrífuga de bicos, lavada, concentrada e finalmente precipitada para produzir cristais de insulina”, explica o portal da GEA, empresa que produz os equipamentos necessários para essa extração.

Continuo não entendendo nada!

OK, você deve estar falando: “Mas que diabos isso significa?”. Então vamos por partes, produção biossintética é aquela que produz um composto a partir de uma reação, ou seja, é preciso colocar um reagente dentro do organismo para que ele reaja especificamente com o que você quer pegar de lá. Esse processo de reação, no texto acima, foi chamado de fermentação ou conversão de matéria-prima.

A parte que interessa da reação é extraída por uma centrífuga de bicos, que gira os tubinhos da mistura até separar uma coisa da outra. Depois que o cientista extrai aquela parte que precisa, ele transforma isso por meio da precipitação (lembra da chuva???) até que obtenha os cristais.

Ufa, quanta coisa né? E olha que isso tudo é só pra extrair os cristais que explicarei como são usados nos próximos posts sobre o assunto. Afinal eles são só a base da insulina, mas também a parte mais importante!

E aí? Entendeu? Ficou com dúvida? É só deixar aqui nos comentários! Até a próxima!

Fontes:
https://www.gea.com/pt/applications/pharma/liquid-dosage/insulin-manufacturing.jsp
http://www.diabetesforecast.org/2013/jul/making-insulin.html