Viajando com Diabetes: O que não deixar de fazer antes de embarcar #3

Chegamos à última parte da série sobre o que não pode faltar antes de uma viagem — e agora é hora de montar a mala!

Se você tem diabetes tipo 1, esse momento vai muito além de escolher roupas. É quando você precisa garantir que não vai faltar nenhum insumo, alimento de segurança ou cuidado com transporte e armazenamento da insulina.

E não precisa fazer isso sozinha. Eu te ajudo.

💙 Ao longo dos anos, desenvolvi um sistema que uso em todas as minhas viagens, e agora organizei tudo para compartilhar com você de forma prática e acessível.

Antes de tudo, é preciso calcular quanto de cada insumo levar.


Nem sempre é necessário o dobro — em viagens mais curtas ou para lugares com fácil acesso a farmácias, uma margem de 25% a mais pode ser suficiente.

Mas, para destinos mais longos ou isolados, o ideal é levar o dobro do que você costuma usar. E sim, é melhor sobrar do que passar sufoco.

Pra facilitar, criei um aplicativo super simples baseado em uma tabela que uso há anos. Você insere sua rotina e o app calcula a quantidade de insumos que você deve levar.

📹 Olha só esse vídeo mostrando na prática como ele funciona:


Logo logo ele vai estar no ar, já estou finalizando!

Outra etapa essencial antes de colocar o pé na estrada é preparar o que vai levar na mala. Na hora de organizar, eu separo tudo o que é essencial em três categorias: insumos e medicamentos, organização e emergências e logística de transporte.

Nos insumos e medicamentos, entram as insulinas (tanto a de ação rápida quanto a de ação lenta), agulhas, seringas ou canetas extras, sensor de glicose ou glicosímetro, tiras reagentes, lancetas, álcool em sachê, e claro: glicose de ação rápida (no meu caso, normalmente é um vulgo balinha 7Belo que funciona muito bem também). 

Na parte de organização e emergências, tem aquelas coisas que a gente espera não precisar usar, mas que salvam a vida se algo der errado: documento indicando que tenho Diabetes Tipo 1, receita médica atualizada, relatório com histórico e orientações, seguro viagem com cobertura para diabetes, plano de ação para hipo e endereços de farmácias e hospitais no destino. Tudo isso fica digitalizado no meu celular e uma cópia impressa junto dos meus documentos.

Por fim, a logística de transporte: insulina vai sempre comigo, nunca despachada na mala, e armazenada em bolsa térmica com gelo reutilizável. E aqui entra um dos meus maiores aprendizados: deixar o gelo no hostel pode ser cilada! Na Islândia, alguém simplesmente roubou o meu gelo da geladeira compartilhada. Sim, acredita? Desde então, levo tudo etiquetado, com nome, e explicação em português, inglês e na língua local, dependendo do destino. Além de um gelo reserva rs. E esse perrengue eu conto com mais detalhes lá no Instagram, segue lá: @adiabeteseeu.

Nunca despache a insulina ou materiais importantes, mesmo em voos curtos. No porão do avião, a temperatura pode variar demais e estragar a insulina. E mesmo quando o transporte é por terra, vale o cuidado, principalmente para a insulina não fica exposta ao calor excessivo por horas dentro do ônibus, por exemplo.

E tem mais uma coisa que não pode faltar na bagagem de mão: comida.

Mesmo que a viagem seja curta, leve sempre lanchinhos prontos, bem embalados e com carboidrato que você conheça. Não dá pra depender do que vai encontrar pelo caminho.

Na viagem de ônibus de Salvador até a Chapada Diamantina, por exemplo, tivemos apenas uma parada. Eu tive hipo, estava morrendo de fome, e os lanchinhos que levei me salvaram. Então hoje em dia, levo sempre castanhas, barras conhecidas, sachês de fruta e até um sanduíche se for o caso. Segurança vem em primeiro lugar.

Esse é o último post da série “O que fazer antes de viajar com diabetes”. Se você perdeu os anteriores, tem um sobre ida aos médicos, organização dos documentos, ficar de olho no destino e outros cuidados. Vale a pena conferir todos.

💬 No próximo conteúdo, vamos mudar de assunto, mas continuar na mesma vibe: vou falar sobre fuso horário e os impactos que ele pode ter na glicemia — e claro, como se preparar para isso com planejamento e segurança.

Te espero lá — e lá no Insta também: @adiabeteseeu 💙

Luana Alves

Tenho mania de escrever e de ver sempre o lado bom das coisas. Com diabetes desde 2010, acredito que uma vida controlada e divertida é possível sim. Jornalista, creio que posso ajudar os outros a acreditar também. Que saber mais sobre mim? Clica aqui!

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