#MapadoDescasoDMBR: Objetivo 4 - Criação de um programa de atualização em diabetes para profissionais da saúde

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Há um mês venho falando aqui no blog sobre os objetivos do Mapa do Descaso Diabetes Brasil. Relembrando (para saber mais é só clicar no objetivo em questão):

#1: Exigência de prestação clara de contas, semestral ou anual, do processo de compras de insumos e medicamentos dos programas de automonitoramento glicêmico (AMGs)

#2: Exigência de prestação clara de contas, semestral ou anual, do processo de dispensação de insumos e medicamentos de alto custo

#3: Criação de grupos específicos para o acompanhamento, da entrada de recursos passando pela compra dos produtos até a entrega aos pacientes, dos programas de dispensação de insumos, sejam eles municipais (AMGs) ou estaduais (remédios de alto custo)

Hoje vamos falar sobre o quarto objetivo, que é:

#4: Criação de um programa de educação e atualização em diabetes para profissionais de saúde com a exigência de certificação a cada dois ou três anos

Quem nunca foi atendido por um médico que não sabia o que era contagem de carboidratos ou ainda que desencorajava o uso da bomba de insulina?

Quem nunca foi atendido no hospital por profissionais que mal sabiam calcular um fator de correção e aplicavam erroneamente a quantidade de insulina?

Quem nunca ficou internado e viu enfermeiros esquecerem horários de aplicar insulina?

Quem nunca foi diagnosticado com virose ou qualquer outro tipo de coisa em vez de diabetes, hipo ou hiperglicemia?

Quem, adulto com tipo 1, nunca viu um profissional ter certeza que eram tipo 2 mesmo tendo todas as características de 1?

Vira e mexe nos deparamos com situações que chegam a ser assustadoras quando falamos em atendimento às pessoas com diabetes. O desconhecimento de muitos profissionais dos tipos e suas características e ainda a ignorância quanto às novas tecnologias chegam a ser ultrajantes.

Para mim não é aceitável que um endocrinologista não saiba que tipo de diabetes o paciente tem ou ainda que um enfermeiro de internação esqueça de aplicar a insulina no horário.

Se por um lado eu entendo que esses profissionais são muito atarefados ou ainda que podem não ter condições financeiras para se atualizar, por outro não posso simplesmente aceitar. Nenhum de nós pode.

Porque aceitar isso é correr o risco de um dia de pegar uma receita errada e entrar em cetoacidose por estar se medicando insatisfatoriamente e ao ser internado para ser tratado não enxergar a possibilidade de alta porque as glicemias não estão sendo tratadas adequadamente.

Não dá para aceitar e não fazer nada. Por isso, o Mapa do Descaso recolhe também depoimentos de erros médicos no diagnóstico, no tratamento de emergência dos hospitais e ainda nas instruções em consultórios. A ideia é mostrar que falta sim aos profissionais mais qualificação com relação a uma doença que atinge 10% dos brasileiros.

Com esses dados, o Mapa pretende lutar por um programa nacional, estadual e/ou municipal que atualize e eduque os profissionais da saúde sobre diabetes, atualizando para as novidades do tratamento, desmitificando antigas crenças e reforçando a teoria. O encontro seria anual, mas os profissionais participariam de forma rotativa tendo a obrigação de se atualizar a cada 2 ou 3 anos.

Os congressos são caros e é responsabilidade do governo prover profissionais de qualidade para o atendimento à população ainda mais quando falamos em uma das doenças que mais mata!

Uma sugestão poderia ser uma parceria com a ADJ Diabetes Brasil, associação de diabetes de São Paulo que promove o Educando Educadores junto com a Sociedade Brasileira de Diabetes. Ou ainda bolsas para que profissionais cursem a pós-graduação de Formação de Educadores em Diabetes, da UNIP. Por que não unir forças por um atendimento mais qualificado?

Se você já passou por alguma das situações acima acesse o bit.ly/mapadodescaso e conte a sua história. Se já contou e voltou a acontecer, conta esse novo episódio! E se não aconteceu com você, COMPARTILHA! Pode ter acontecido com outra pessoa!

Luana Alves

Tenho mania de escrever e de ver sempre o lado bom das coisas. Com diabetes desde 2010, acredito que uma vida controlada e divertida é possível sim. Jornalista, creio que posso ajudar os outros a acreditar também. Que saber mais sobre mim? Clica aqui!

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